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Minutos de Leitura
Está concluindo a graduação em Medicina e em busca de oportunidades na carreira médica? O Governo Federal lançou o Mais Médicos em 2013, um Programa que oferece cerca de 25 mil vagas para médicos de todo país e também para quem fez Medicina fora do Brasil.
Neste material, compilamos as informações mais relevantes sobre o Mais Médicos e o que é preciso para participar do Programa. Veja como ele funciona, quais são os critérios de ingresso e os benefícios de contribuir com o acesso à saúde e ampliar a cobertura do SUS para a população brasileira. Aproveite a leitura!
Qual o objetivo do Mais Médicos?
Que a demanda da população pelos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) é cada vez maior, é fato. Porém, o Governo Federal tem investido bastante na Saúde Pública, o que elevam as oportunidades de maior cobertura de consultas e exames gratuitos.
Com o objetivo de ampliar o acesso à assistência à saúde pública, o Mais Médicos foi criado para reduzir a carência de médicos nos municípios mais distantes dos grandes centros urbanos. Ou seja, o Programa envia profissionais para o interior e periferias das grandes cidades.
A fim de preparar tecnicamente os profissionais para o exercício da Medicina, principalmente em locais nos quais a infraestrutura socioeconômica é precária, os médicos passam pela política de educação permanente. O treinamento técnico e a educação continuada é uma das prioridades desse Programa,
Logo, o UNA-SUS e as Universidades que compõem a Rede de integração ensino-serviço são as instituições responsáveis pelo gerenciamento dos cursos oferecidos aos profissionais contratados pelo Mais Médicos.
Além disso, o suporte aos profissionais em exercício inclui também supervisão acadêmica durante a participação no Programa. As universidades parceiras contribuem para a monitoração das atividades exercidas pelos médicos e também fomentam o incentivo à realização de pesquisas intermediadas pelo SUS.
Nessa investida, a Rede UNA-SUS oferece o suporte nas seguintes áreas:
- especialização em Atenção Básica;
- incentivo à pesquisa, ensino e extensão;
- acompanhamento e avaliação oferecidos no âmbito do Projeto.
Quais os principais impactos de 10 anos do Programa?
Com a finalidade de avaliar o Programa Mais Médicos e a sua efetividade, a Universidade de Brasília(UnB) realizou uma pesquisa para analisar o impacto do Programa. Vale frisar que nem todos os municípios adeptos do Mais Médicos se inscreveram para participar do estudo.
Destacamos, na íntegra, o fragmento da matéria veiculada pela UnB. Confira o resultado da avaliação, assim como os aspectos econômicos em relação à eficácia do Programa implementado pelo Governo Federal em todo o território nacional:
Conseguimos medir o impacto na redução das enfermidades por condições sensíveis. Dois estudos fizeram a abordagem econômica e calcularam até quanto o SUS economizou com isso”
Assim, os cofres públicos deixaram de gastar mais de R$ 30 milhões, com a diminuição de internações. Além disso, houve uma redução modesta, mas significativa, na taxa de mortalidade infantil em municípios com indicadores mais elevados antes do Programa.
Na pesquisa, a Universidade avaliou dois aspectos cruciais durante a execução dos Mais Médicos nesses 10 anos de existência: a cobertura e a foco das atividades. O estudo validou que os médicos atingiram seus objetivos atuando nos municípios certos, conforme os critérios de prioridade. Ou seja, tanto o foco quanto a cobertura proposta foram bastantes expressivas.
Outro ponto de destaque foi a ampliação das vagas em relação ao ano de 2013. Confira os dados listados no link anterior:
O Ministério da Saúde indica que, entre os mais de 18 mil profissionais, cerca de 13 mil ocupam novas vagas abertas em 2023, para atender aos mais de 4 mil municípios participantes do Programa.
Nos últimos dez anos, as especialidades de Clínica Médica, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia foram as áreas com maior contingente de vagas pelo SUS. O atual concurso está em andamento e foi divulgado no Edital Mais Médicos 2025.
Como ingressar no Mais Médicos?
Por meio da Portaria 585/2015, o UNA-SUS determinou os pré-requisitos básicos para atuar no Programa. O primeiro deles é ter graduação em Medicina e registro ativo no Conselho Regional de Medicina (CRM).
Também há oportunidades para os profissionais que fizeram Medicina no exterior e foram aprovados no Revalida, uma prova que é anual e organizada pelo INEP.
Destacamos os principais critérios exigidos pelo UNA-SUS para que os médicos possam ingressar no Mais Médicos, assim como as funções necessárias à execução do Programa:
Art. 3o Integram a Supervisão Acadêmica do Projeto Mais Médicos para o Brasil:
I - O médico participante: médico formado em Instituição de Educação Superior brasileira ou com diploma revalidado e os médicos intercambistas, com formação no exterior conforme o art.13, incisos I e II, da Lei no 12.871, de 2013;
II - O supervisor acadêmico: médico selecionado pelas Instituições Supervisoras, preferencialmente vinculado à área de Saúde Coletiva, Medicina de Família e Comunidade ou Clínica Médica, Pediatria ou áreas afins;
III - O tutor acadêmico: médico indicado e vinculado às Instituições Supervisoras, preferencialmente atuante na área de Saúde Coletiva, Medicina de Família e Comunidade ou Clínica Médica, Pediatria ou áreas afins;
IV - O gestor municipal, que firmou Termo de Adesão ao Projeto Mais Médicos para o Brasil; V - O coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena, que recebeu médicos participantes do Projeto.
O Ministério da Educação (MEC) atua na gestão e desenvolvimento de políticas públicas centradas no ensino e pesquisa acadêmica. No entanto, no Mais Médicos, o MEC auxilia o UNA-SUS na supervisão e no gerenciamento dos Programas de Residência Médica das instituições credenciadas à Comissão Nacional de Residência Médica - CNRM.
Confira mais informações, conforme o link anterior:
VI - O Ministério da Educação - MEC, por meio da Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde, da SESu. Art. 4o Poderão aderir ao Projeto Mais Médicos para o Brasil, mediante Termo de Adesão, como Instituições Supervisoras:
I - As instituições públicas federais, estaduais e municipais de educação superior, que ofereçam curso de Medicina gratuitamente;
II - Os programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, de Medicina Preventiva e Social e Clínica Médica, Pediatria, que estejam devidamente credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica - CNRM;
III - As escolas de governo em saúde pública, que possuam no mínimo um programa de residência médica ou de pós-graduação na área de saúde coletiva, ou afins;
IV - As secretarias municipais e estaduais de saúde que tenham vínculo com ao menos um programa de residência médica.
Como é o treinamento para atuar no Mais Médicos?
Com a oferta de vagas para médicos estrangeiros, na primeira edição do Programa Mais Médicos houve uma parceria entre o governo brasileiro e o cubano. Assim, muitos médicos de Cuba vieram trabalhar aqui.
No entanto, a dificuldade com o idioma e a adaptação ao sistema do SUS dificultaram a continuidade da parceria. Por conseguinte, o governo brasileiro precisou suspender o acordo, já que a tentativa de trazer médicos do exterior não atendeu as expectativas de nenhuma das partes envolvidas.
Porém, tendo em vista essa experiência do Programa Mais Médicos com profissionais do exterior, percebeu-se a necessidade de mudanças. Com isso, novas propostas foram implementadas. Uma das mais relevantes foi o treinamento, tanto para médicos estrangeiros como para brasileiros.
Dessa maneira, o UNA-SUS passou a oferecer diversos cursos de formação para os profissionais aprovados no Programa. O objetivo desses cursos é aprimorar o conhecimento e a atuação dos médicos, sobretudo na demanda que envolve a Atenção Básica.
Quais cursos são oferecidos pelo UNA-SUS?
Os cursos seguem a estratégia que visa a qualificação e o desenvolvimento de habilidades específicas para os médicos que atuam no Programa Mais Médicos.
Considerando que a maioria das vagas são destinadas a locais mais distantes dos grandes centros urbanos, nem sempre há infraestrutura acessível. Em municípios mais pobres, há carência de materiais até mesmo para atendimento de consultas da Atenção Básica.
Desse modo, houve a necessidade de aprimorar os profissionais e treiná-los para superar essas condições e prestar um atendimento de qualidade, mesmo diante dessas limitações. Destacamos alguns dos cursos oferecidos. Confira!
Especialização em Medicina de Família e Comunidade
Envolve o treinamento em Saúde da Família, com foco no atendimento de crianças, mulheres, gestantes e idosos. Assim, esse curso é um dos mais relevantes, pois a formação é focada na Atenção Primária à Saúde.
Práticas de Aperfeiçoamento
Essas atividades são centradas na atualização e no aprimoramento técnico-científico dos médicos ingressantes no Mais Médicos. Na formação, as atividades de aperfeiçoamento estão subdivididas em diferentes etapas.
Formação em Saúde Digital
A maior parte do curso é pela plataforma do UNA-SUS, cujo objetivo é complementar o treinamento presencial. Assim, o Programa de aperfeiçoamento inclui trilhas de formação e oferece cursos como o Educa e-SUS APS.
Como é a rotina de trabalho no Programa?
O Programa Mais Médicos foi elaborado com vistas ao atendimento das políticas públicas que asseguram ao cidadão o direito à assistência de saúde gratuita e de qualidade. Por isso, ele é visto como uma das maiores possibilidades de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde.
Na última edição, no ano de 2024, o Programa disponibilizou cerca de 24,9 mil médicos para atuar em 4.200 municípios brasileiros. Tais números representam a cobertura de quase 80% da demanda do SUS no território nacional.
Entretanto, a meta do Governo Federal e do Ministério da Saúde é atingir 28 mil profissionais nas próximas edições do Programa. Dessa forma, será possível alcançar locais ainda mais longínquos e garantir assistência para mais de 63 milhões de brasileiros.
Em sua atuação, o médico que integra o Programa compõe uma equipe multiprofissional. Além do profissional da Medicina, a equipe é formada por psicólogos, enfermeiros, educadores físicos e outros profissionais que atuam em conjunto.
Como o Programa funciona?
Por meio de processo seletivo anual, os médicos são selecionados para o trabalho no Mais Médicos. O foco de atuação são as equipes de Saúde da Família. Na rotina, os médicos são responsáveis por acompanhar a população em suas comunidades juntamente às equipes.
Entre as ações efetivas destacam-se atividades focadas na prevenção e na promoção da saúde: são atendimentos preventivos, identificação de riscos e, caso haja necessidade, encaminhamento de pacientes para especialidades.
O objetivo é prestar uma assistência contínua, de modo a atender a demanda na Atenção Primária à Saúde. Para tanto, todas as informações clínicas dos pacientes atendidos no Mais Médicos são registradas no Prontuário Eletrônico do Cidadão, no aplicativo e-SUS APS.
Qual o valor da Bolsa Auxílio no Mais Médicos?
O Governo Federal e o Ministério da Saúde oferecem uma bolsa mensal para os integrantes do Mais Médicos. Ou seja, durante a sua permanência no Programa, cujo prazo máximo são 48 meses, o médico recebe uma bolsa-formação, que é somada à ajuda de custo e outros benefícios.
Segundo o link anteriormente citado, os vencimentos básicos de um médico em exercício no Programa incluem:
- R$ 14.058,00 brutos, com um desconto de INSS, resultando em um valor líquido de R$ 12.500,80;
- auxílio-moradia, que pode chegar a 2 mil reais;
- Bônus de gratificação, cujo valor varia entre os municípios brasileiros.
Em regiões prioritárias, ainda é possível receber um bônus pago pela prefeitura do município. Em geral, quanto mais distante dos grandes centros urbanos, maiores são os incentivos. Em alguns municípios, esse valor pode chegar a 9 mil reais, se somado ao auxílio moradia, cujo teto em 2024 era de 2 mil reais.
Vale destacar, ainda, que o vínculo no Programa Mais Médicos não é empregatício. O médico é contratado temporariamente e pode se desligar do Programa a qualquer momento, se assim o desejar.
Foco em regiões vulneráveis
Considerando a necessidade de levar assistência médica aos locais de difícil acesso, pode-se afirmar que a maioria desses municípios oferecem bônus para os profissionais do Mais Médicos. Em algumas localidades, tais como nas regiões Norte do país, os vencimentos mensais podem ultrapassar 20 mil reais.
Trabalhar no Mais Médicos e adquirir experiência em Medicina da Família e Comunidade por mais de 4 anos confere o direito de obter o Título de Especialista. O Registro de Qualificação de Especialista (RQE) é concedido por meio de uma prova organizada pelo INEP.
Portanto, vale destacar que a atuação no Programa Mais Médicos é uma oportunidade de contribuir com a assistência médica gratuita, de qualidade e centrada nas populações em risco social. O atendimento é gratuito, feito exclusivamente pelo SUS e engloba áreas indígenas, comunidades rurais, assim como regiões de periferia dos grandes centros urbanos.
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