Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia: tudo o que você precisa saber

September 29, 2025

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Está em dúvida se deseja se especializar em uma área clínica ou cirúrgica? Hoje, vamos te contar como funciona a Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia. Essas são duas especialidades que possibilitam atuar em diversas áreas, cujo foco pode ser clínico ou centrado em pesquisas médicas.

No Brasil, a carreira na Ginecologia está em plena expansão. Quem opta por essa especialidade tem amplas possibilidades de crescimento e desenvolvimento rápido na carreira médica. Saiba, agora, como é a atuação nesse campo, suas particularidades, principais desafios e oportunidades. Aproveite a leitura!

Afinal, o que é Ginecologia e Obstetrícia?

De início, vamos explicar o significado de cada termo que define essa carreira. Observe!

Ginecologia

Esse termo significa “a ciência da mulher” e é a especialidade da Medicina dedicada ao estudo das doenças que comprometem o aparelho genital feminino, bem como suas correlações com a saúde da mulher.

Obstetrícia

Por sua vez, a palavra Obstetrícia significa ciência que estuda a reprodução humana e todas as suas fases. O foco desse profissional é a gestação, parto e puerpério, contemplando os seus aspectos fisiológicos e patológicos. O termo “obstetrícia” é derivado do latim “obstare”, que significa “estar ao lado”.

Como se tornar uma especialista nessa área?

Para obter o título de médico especialista, o interessado deve passar por algumas etapas. A primeira é a graduação em Medicina, com duração de seis anos. Após concluir o curso e se inscrever no Conselho Regional de Medicina (CRM), o próximo passo é a Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia. Nessa investida, o médico precisa concluir a Residência Médica em uma das Instituições filiadas ao MEC e reconhecidas pelo Ministério da Saúde.

A Residência em Ginecologia e a Obstetrícia tem duração mínima de três anos, com possibilidade de anos adicionais. Essa alternativa contempla várias subespecialidades e depende da capacidade do serviço oferecido pelo Programa e dos critérios de cada instituição.

Quais as doenças tratadas pelo ginecologista?

Do ponto de vista histórico, até os anos de 1980, os GOs tinham fortes vínculos com suas pacientes. Esses profissionais exerciam as funções de parteiro e tratavam as doenças mais comuns nas mulheres. Praticamente não existiam áreas de atuação específicas.

Contudo, os especialistas se sentiam preparados para atender todas as questões trazidas por suas pacientes. Com isso, a especialidade se expandiu e, conforme o avanço das ciências médicas, outras funções foram agregadas a essa área médica.

Em vias gerais, um ginecologista tem por função investigar e auxiliar no tratamento das seguintes situações:

  • alterações e desconfortos nas mamas;
  • alterações e desconfortos na região genital;
  • desconforto intenso relacionado ao período pré-menstrual;
  • desconforto na relação sexual;
  • distúrbios da menstruação;
  • dores na região pélvica;
  • feridas na vulva ou no ânus;
  • queda ou ausência de libido;
  • secreção anormal, tanto da mama quando da vagina;
  • sinais da chegada da menopausa;
  • tratamento de ISTs.

E pelo obstetra?

Por sua vez, o obstetra pode atuar nos seguintes campos:

  • orienta a família sobre planejamento familiar;
  • oferece suporte e assistência à gestante;
  • realiza aconselhamento durante as consultas de pré-natal;
  • acompanha a saúde do feto;
  • solicita exames de gestação;
  • diagnostica doenças durante a gestação;
  • cuida de complicações na gestação;  
  • realiza partos (normal e cesariana, de baixo ou alto risco);
  • oferece assistência no pós-parto, aleitamento e puerpério.

Por que fazer Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia?

Como já referido, a GO é umas das especialidades mais completas da Medicina, pois é possível atuar em diversas áreas de atendimento.

A Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia tem duração mínima de 3 anos e é de Acesso Direto. A carga horária é de 60 horas semanais, totalizando 2.880 horas anuais de aulas teóricas e práticas. Os residentes recebem uma bolsa-auxílio do MEC, em parceria com o Governo Federal, cujo valor atualizado é de R$ 4.106,09.

Por se tratar de especialidades clínicas e cirúrgicas, a preparação para a prova de Residência em Ginecologia e Obstetrícia demanda várias áreas de conhecimento. As principais são Anatomia, Embriologia, Histologia, Técnica cirúrgica, Endocrinologia, Clínica médica, Psiquiatria, Imagenologia e Ética médica.

As principais instituições com programas de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no Brasil são: USP-SP, IAMSPE, Unifesp, Hospital Pérola Byington e Hospital Israelita Albert Einstein — HIAE.  

Quais os temas mais relevantes da Residência em Ginecologia e Obstetrícia?

Na formação em Ginecologia e Obstetrícia, a grade curricular é baseada em diversas competências. Para quem pretende seguir essa carreira médica e conhecer os desafios da especialidade, convém saber quais os temas a serem abordados no aprofundamento dos estudos. Destacamos alguns dos mais importantes, que são:

  • atenção à saúde e cuidados básicos com a gravidez e suas complicações;
  • adaptações do organismo materno ao ciclo gravídico;
  • possíveis alterações no ciclo gravídico-puerperal;
  • orientações para gestação de alto risco e risco habitual;
  • assistência obstétrica humanizada;
  • anatomia e fisiologia do assoalho pélvico;
  • assistência ao puerpério normal e suas complicações;
  • ejeção do leite e orientações sobre aleitamento materno;
  • intercorrências puerperais de baixa complexidade;

Como é a Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia?

De acordo com a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o residente deve desenvolver novas competências gradativamente a sua evolução anual, da maneira que segue:

R1

O primeiro ano da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia é focado nas dinâmicas teóricas e práticas para a formação obstétrica. Então o residente deve passar, entre outros setores, pelo pronto-atendimento obstétrico, pré-natal de baixo risco e centro cirúrgico, principalmente.

R2

O segundo ano do curso é voltado para a área de Ginecologia. Dessa maneira, o médico passa pelo pronto-atendimento ginecológico e pelos ambulatórios especializados desta área. Os mais importantes são a Ginecologia de crianças e adolescentes e a patologia do trato genital superior.

Na formação, o R2 ainda atua no pré-natal obstétrico de alto risco e no Centro Obstétrico. Além disso, o médico deve iniciar a sua formação em Oncologia Ginecológica e continuar se aperfeiçoando na ultrassonografia.

R3

No último ano da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, o médico continua a sua formação em ultrassonografia, em gravidez de alto risco e no Centro Obstétrico. No entanto, ele atua também nos ambulatórios especializados de Obstetrícia, Mastologia e Oncologia pélvica.

No terceiro ano, o residente adquire mais treinamento e experiência em atendimento a pacientes graves. Durante os três anos de formação, os residentes se dedicam a atividades teórico-pedagógicas complementares ao curso.

De acordo com a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), espera-se do residente a aquisição de novas competências de acordo com a sua evolução anual, ficando da seguinte forma:

Acesse aqui a matriz de competências completa.

Como é o mercado de trabalho nessa especialidade?

A Ginecologia e a Obstetrícia integram o seleto grupo das especialidades clínico-cirúrgicas, que constituem uma das quatro grandes áreas da Medicina. De acordo com os dados da Demografia Médica no Brasil, divulgada em 2023, o número de especialistas nessa área é cerca de 40 mil.

Além disso, essa especialidade médica tem diversas opções do mercado de trabalho, que oferecem boas oportunidades de ascensão na carreira. Pela dinâmica da profissão, o médico pode ter uma rotina organizada, com boas condições de trabalho.

Onde o especialista em Ginecologia e Obstetrícia pode trabalhar?

A Ginecologia e Obstetrícia é uma área bastante promissora, com diferentes alternativas de trabalho. As opções com mais vagas nessa área são:

  • ambulatórios;
  • hospitais;
  • clínicas particulares;
  • centros cirúrgicos;
  • laboratórios de exame de imagem.

Outra área com bastante demanda para o médico Ginecologista e Obstetra é o atendimento de pré-natal e realização de partos. Nesse tipo de serviço é possível organizar a agenda e ter uma rotina bem definida. Mesmo que existam intercorrências, o médico pode ter uma previsão de sua carga horária.

Por outro lado, o profissional que decide realizar atendimento ambulatorial terá horários mais bem definidos e, com isso, dificilmente sairá da rotina. O mesmo acontece com os especialistas em Imagenologia, que realizam exames complementares em laboratórios.  

Há, ainda, a possibilidade de trabalhar com escalas alternadas em plantões, cujos horários variam conforme a dinâmica do hospital ou clínica. Também existem oportunidades em concursos públicos, que são ofertados por instituições privadas ou pelo Sistema Básico de Saúde (SUS).

Quais as subespecialidades da Ginecologia e Obstetrícia?

Atualmente, os especialistas que atuam como obstetra e ginecologistas podem se dedicar a carreiras específicas. Listamos as que oferecem maior demanda de mercado e que são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Veja quais são:

  • Citopatologia;
  • Densitometria óssea;
  • Endocrinologia ginecológica;
  • Endoscopia ginecológica;
  • Mamografia;
  • Mastologia;
  • Medicina fetal;
  • Patologia ginecológica;
  • Reprodução humana assistida;
  • Sexologia;
  • Ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia.

Quais as projeções para a Ginecologia e Obstetrícia?

A emancipação da mulher na sociedade, aliada a liberdade sexual e poder de escolha de quando vai engravidar, foi crucial à evolução da Ginecologia e Obstetrícia. Isso fez com que a atuação do profissional da saúde feminina se tornasse primordial na gestão desse cuidado.  

Com o avanço das técnicas de inseminação artificial e recomendação/administração de métodos contraceptivos de longa duração, esses serviços alcançaram plena expansão.

A partir da chegada de novos métodos diagnósticos e terapêuticos, a GO tem evoluído de maneira muito rápida, assim como outras áreas da Medicina. Isso exige um aumento na procura de novos profissionais subespecializados nas áreas de atuação materno-fetal.

Destacamos as mais relevantes. Confira:

  • Endocrinologia reprodutiva e infertilidade;
  • Oncologia ginecológica;
  • Cirurgia reconstrutiva;
  • Cirurgia laparoscópica avançada;
  • Ginecologia pediátrica e do adolescente;
  • Ginecologia focada nas doenças da menopausa;
  • Ginecologia geriátrica.

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